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CLANDESTINAS

by CLANDESTINAS

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1.
Clandestinas 04:16
CLANDESTINAS Seguiremos em marcha Até que todas sejamos livres Estamos empoderadas, e cagando pras tuas expectativas machistas Mulheres cis e trans são, mulheres, aceite! Negras, brancas e indígenas, jovens e idosas, gordas e magras são gente, respeite! Bissexuais existem Lésbicas resistem Travestis sobrevivem, mesmo vocês matando, todos os dias O corpo é nosso A rua é nossa Somos feministas Tamo na rua! Nós lutamos por saber o que é melhor pra nossa vida Vamos todas proteger umas às outras, bem unidas Nós lutamos por saber o que é melhor pra nossa vida Vamos todas proteger umas às outras, bem unidas Nòs lutamos Nós, mulheres Nós lutamos Nós, mulheres Tell me what a feminist looks like This is what a feminist looks like We don't need no macho, lesbians have more orgasms, Deal with it! Cisgender os transgender, neither is less of a woman Black or white, neither is less of a human being We don't know what you've been told, but we love our bodies and they won't be sold We take back the power We take back the night We're feminist Ready to fight! Here we go to insist and get the most out of life We are prepared to resist and defend our rights Here we go to insist and get the most out of life We are prepared to resist and defend our rights Here we go Here we girls Here we go Here we girls
2.
NENHUMA A MENOS O nosso feminismo é para mana, mina,mona Branca negra, índia, hétera, bi e sapatã Combate o machismo e a exploração capital Que desumaniza toda e qualquer cidadã Nenhuma a menos, estaremos juntas Nenhuma a menos, lutaremos juntas Nenhuma a menos Nenhuma a menos Nenhuma a menos, estaremos juntas Nenhuma a menos, lutaremos juntas Nenhuma a menos Nenhuma a menos Vamos conquistar os nossos direitos E vamos garantir os seus efeitos A gente vai mostrar quem é que tem peito Para resistir às dores desse eito Ninguém vai nos calar nem botar defeito Ninguém vai impedir o nosso proveito A gente vai lutar bem do nosso jeito Para elidir todo preconceito
3.
Na lua, Ana 03:36
NA LUA, ANA Na lua, Ana vive O amor que eu nunca tive Na lua, Ana sente A dor sempre presente Na lua, Ana canta Na rua, Ana dança Na lua, Ana canta Na rua, Ana dança Ela toma do filho lição de casa Ela puta na cama, ardendo em brasa Ela pega o busão, cai na labuta Ela ensina [na] facul[dade] pra gente adulta Ela dama na rua, tão recatada Ela anda na sua, não pensa em nada Que não seja o grande amor Na lua, Ana canta Na lua, Ana dança Na rua, Ana morre por ser o que quer, por amar uma mulher Na lua, Ana canta Na lua, Ana dança Na rua, Ana morre Enquanto o filho vê Que o mundo faz sofrer Que o mundo vai matar LGBT = = = = = = = = = = = = = = = = rap: letra Luana Hansen Há décadas vocês ocultam os rastros Exterminam e torturam por argumentos rasos Exigir seus direitos virou desacato Abuso de autoridade, maus tratos Disparos pra proteger o Estado Fardado, a sentinela do enquadro Que mata! No âmparo do despreparo Cartel de agressores armados Na mira já trazem seu alvo salvo Criado na injustiça e no descaso São fatos que permanecem velados Relatos que nunca serão contados E o medo de serem silenciados São negros os corpos executados = = = = = = = = = = = = = = = = Na rua, Ana morre, morre, morre ... Na rua, Ana morre, morre, morre ... Na rua, Ana morre, morre, morre ... Na rua, Ana morre, morre, morre ...
4.
Rotina 02:40
ROTINA Abaixar os olhos quando encontro alguém Evitar os machos que me constrangem E cruzar a rua para não sentir O volume dessa fala a me possuir Reparar no espelho toda correção Necessária para eu ser mulher padrão E achar-me feia por não atingir As metas que me cobram para eu servir Carregar um feto que não é pra ser E abortar a chance de poder viver Aquilo que preciso mais neste momento Porque tenho medo do seu julgamento Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina Ganhar menos que um homem pra exercer A mesma função e me submeter A toda forma de assédio e desprezo Nomeada burra e fútil no emprego Suportar a culpa pelo crime alheio Quando eu sou forçada a me abrir ao meio E quedar-me quieta para não ouvir Essa montanha de sermões a me destruir Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina Toda e qualquer mulher, desde menina Sofre a violência dessa rotina
5.
TRÂNSITO JULGADO O não lugar me ocupa, o não pertenço me define A não família me acolhe, a solidão me oprime A casa plena de vazios que fazem festa quando eu entro A casa plena de vazios que fazem festa quando eu entro Hey, você me mata, me mata quando diz Hey, você me mata, me mata quando diz Pode ser discreto o som da sapa, pode ser Pode ser discreta a bixa preta, pode ser Pode não ser bi a bi, tem que definir Pode não ser bi a bi, tem que definir O não lugar me ocupa, o não pertenço me define A não família me acolhe, a solidão me oprime A casa plena de vazios que fazem festa quando eu entro A casa plena de vazios que fazem festa quando eu entro Hey, você me mata, me mata quando diz Hey, você me mata, me mata quando diz Pode não ser travesti, pode, pode não ser Pode não ser travesti, pode, pode não ser
6.
POR QUE PARA QUE Por que tanto medo da gente Que é diferente numa sociedade ? Quando se olha pra frente É tão evidente a nossa variedade Por que tanto ódio assim Se não me conhece ? Enfim, pra que negar o meu direito de ser ? Se você vai pro céu Então, pra que se ofender ? Se você vai pro céu Então, pra que se importar ? Se o teu deus é tão bom Por que vai me bater ? Se o teu deus é tão bom Por que vai me matar ? Por que você exclui o diferente? Por que a gente é uma ameaça pra você? O nosso amor te incomoda? Qual amor te incomoda? O amor te incomoda? Pra que pregar o ódio, se seu Deus prega amor? Pra que tanta violência e morte nas suas mãos? Vocês tentam, mas a gente continua aqui Eu vou viver, nós vamos viver Eu vou existir, nós vamos resistir Vamos amar, vamos nos amar Não é o seu ódio que vai nos fazer desistir
7.
Nota solta 04:56
NOTA SOLTA Esta mesa tão bem posta Tanto farta quanto vária ecoa um vazio sem resposta à minha vida precária Sinto-me só, mesmo envolta Por amor e privilégio algum Sou a tal nota solta Que destoa desde o colégio Sem um puto que me valha O sorriso que eu calibro Pra cortar feito navalha O fio no qual me equilibro Ainda mais sofro quando ouço Que não me cabe o direito De afundar no calabouço Sujo do seu preconceito
8.
Lovely Lola 03:01
LOVELY LOLA Her smile is so cool and lovely I can’t stand by her side without feeling happy inside I can’t move away from her without begging to be near I don’t know how to say that I love her anyway Even if she doesn’t want to dance with me Even if she doesn’t want to kiss me Even if she is just my best friend and I must understand another meaning of love Even if she is just my best friend and I must understand another meaning of love
9.
Velcro 05:06
VELCRO Vamos namorar mulher com mulher Pra gente gozar quando bem quiser Vamos namorar mulher com mulher Pra gente gozar o quanto puder Vamos namorar Pra gente gozar Quando a gente se esfrega Nenhum macho caga regra Quando a gente se toca Nada, nada mais importa Quando a gente se chupa Goza sem nenhuma culpa
10.
BOCETA DE PANDORA Pandora abre, Pandora fecha Pandora abre, Pandora fecha Pandora abre, Pandora fecha Pandora abre, Pandora fecha Pandora abre quando bem quer Pandora fecha com quem quiser Pandora abre quando bem quer Pandora fecha com quem quiser Pandora abre e não há males Pandora abre e não há males Pandora abre e não há males Pandora abre e não há males Mitologia machista: vá se foder
11.
Não é não 03:13
NÃO É NÃO Andando na rua Naquela hora Estando sozinha Pra ir embora A saia curtinha Toda amora porque Ela merece todo respeito Apenas exerce o seu direito De ser o que quiser De viver como mulher Não venha falar do seu desejo Para roubar aquele beijo Um não é sempre não Que se foda o seu tesão A piada machista, aquela cantada Ouvir assobio, ser buzinada Não Não é sempre não Aprenda: não é não Não, não, não, não, não Puxar meu cabelo na sua balada Retendo o meu braço, me sinto forçada Não Não é sempre não Aprenda: não é não Não, não, não, não, não A mão atrevida, sem consentimento Eu sou invadida: é tão violento Não Não é sempre não Aprenda: não é não Não, não, não, não, não
12.
Manifesto 04:00
MANIFESTO Segura, segura, segura seu machista A América Latina vai ser toda feminista Segura, segura, segura seu machão Na banda Clandestinas só tem bi e sapatão Faremos daqui a terra da vulva Com regras que descem impondo respeito Estamos aqui para quebrar A porra do teu preconceito Faremos daqui a terra da vulva Com regras que descem impondo respeito Estamos aqui para quebrar A porra do teu preconceito Héteras, lésbicas, bissexuais Cis, trans, brancas e negras Seremos iguais Contra o machismo e o patriarcado Estamos unidas, do mesmo lado Contra o machismo e o patriarcado Estamos unidas, do mesmo lado Contra o machismo e o patriarcado Estamos unidas, do mesmo lado Contra o machismo e o patriarcado Estamos unidas, do mesmo lado
13.
O risco 03:30
O RISCO Eu corri, eu corri o enorme risco de nunca ter, nunca ter partido E ficar à mercê de lugares que me são opressivos, que me aprisionam Coisas de homem que não tá acostumado à mulher que se mostra forte Eu corri, eu corri o enorme risco de nunca ter, nunca ter partido E ficar à mercê de lugares que me são opressivos, que me aprisionam Coisas de homem que não tá acostumado à mulher que se mostra forte Vou desobedecer: o patriarcado que vá se foder Vou desobedecer: o patriarcado que vá se foder Eu parti desses homens para ser muito mais com outras mulheres Eu parti desses homens para ser muito mais com outras mulheres Eu parti desses homens para ser muito mais com outras mulheres Eu parti desses homens para ser muito mais com outras mulheres

about

13 canções sinalizam um caminho e quem o percorre vai, aos poucos, conhecendo melhor a banda Clandestinas, suas bandeiras de luta e seu modo de fazer arte. Este é um álbum conceitual e algumas paisagens podem ser reconhecidas ao longo da travessia. Vozes ecoando inquietações feministas numa perspectiva interseccional, dores, abusos e denúncias por uma sociedade mais justa, formas de amar fora dos padrões hetero-cis-normativos, gritos de luta e resistência. E como a jornada é transformadora, os passos de quem a aprecia vão construindo, de forma autônoma, suas próprias veredas libertadoras.

credits

released May 22, 2020

CLANDESTINAS | rock & luta | FEMINISTA & LGBT

Alline Lola (guitarra & voz)
Camila Godoi (contrabaixo & voz)
Natalia Benite (bateria & voz)

participações especiais:
Aline Maria
Luana Hansen
Mariah Duarte

produção artística e mixagem:
Marianne Crestani

engenharia de som, mixagem e masterização:
Helena Duarte

artes do álbum e do nosso logotipo: Emilia Santos

gravado no estúdio Mestre Felino nos dias 7, 8, 9, 10 e 15 de fevereiro de 2020

e-mail: bandaclandestinas@gmail.com
Instagram: @bandaclandestinas
Facebook: @bandaclandestinas
Twitter: @b_clandestinas
YouTube: CLANDESTINAS

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about

CLANDESTINAS Brazil

A banda Clandestinas surgiu, em 2017, da necessidade de se fazer ouvida em seus questionamentos sobre padrões de gênero e sexualidade, utilizando a música como ferramenta de luta. Nós, Clandestinas, existimos e, com todas as mulheres e pessoas LGBTQIA+, continuaremos incomodando e gritando arte e luta.

CAMILA GODOI
(contrabaixo & voz)
JOANA CID (guitarra & voz)
NATALIA BENITE (bateria & voz).
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